Foto retirada daqui: ANDA
Será que voar cansa muito, e por isso o passarinho aí de cima pegou carona?Confira como as aves voam, com as informações da UNESP:
O vôo das aves é bem mais complexo do que dos aviões mas ambos se baseiam no mesmo princípio da Física, a Lei de Bernoulli. Essa lei diz que existe uma relação inseparável entre a pressão e a velocidade das correntes fluidas (seja de líquido ou de gás).
Suponha que as correntes de vento estão passando sobre a superfície da asa de um avião, aqui vista de perfil. Como a asa é abaulada, a superfície de cima é maior do que a de baixo, certo? Então a corrente de vento desliza-se mais rapidamente na parte de cima do que na parte de baixo. Segundo a Lei de Bernoulli, a região de menor velocidade da corrente, ou seja, embaixo da asa a pressão (P2) será maior do que sobre (P1) a asa. Como resultado, sob as asas haverá uma força resultante de ascensão de baixo para cima superando o próprio peso do avião. É dessa maneira que o avião fica sustentado no ar mas, para que a força de ascensão seja criada, é necessário correntes de ar na superfície do avião. É por isso que para decolar, o avião corre na pista impulsionado pelos motores. A Lei de Bernoulli entra em ação e o avião sobe. Veja aqui uma ótima animação sobre o fenômeno.
Aviões e aves voadoras possuem asas abauladas e levemente inclinadas. O grau dessa inclinação (chamada de ângulo de ataque) determina maior sustentação e maior força de resistência do ar, diminuindo a velocidade do avião ou da ave. Para que o avião não entre em estol (vire), o ângulo de ataque da asa precisa ficar numa posição que não crie uma resistência demasiada do ar. A forma de evitar isso, são as aletas que criam fendas e aumentam a velocidade do ar sobre a asa garantindo maior poder de ascensão.
Mas e a ave, como é que ela decola?
No caso, os motores propulsores são os músculos do peito responsáveis pelo batimento das asas. A ave cria a força de ascensão durante o ciclo de bater as asas, mais especificamente, quando as asas abaixam. Quanto mais bate as asas, mais sobe. Há aves que, ao invés de bater as asas, decolam de pontos altos: lançam-se de penhascos, galhos de árvores, etc. e batem as apenas algumas vezes, só para manter a altura.
O batimento das asas gasta muita energia e seria vantajoso se existissem mecanismos para a sua economia. Uma estratégia que ajuda muito é ter umcorpo aerodinâmico, ou seja, uma superfície corporal que cause o menor atrito possível com ar. A outra estratégia seria manter-se no ar sem bater muito as asas e ou aproveitar as correntes de ar. Cada ave possui estilos de vôos conforme os seus hábitos. Vejamos os principais.
1) Vôo batido: é típico das aves que tem asas bem curtas em relação ao corpo como os beija-flores, cujas as asa nunca param de bater.
2) Vôo batido alternado com o planeio: As aves que pesam mais de 140g, alternam o batimento para ganhar altitude com o planeio. Há dois estilos: bater as asas e depois fechá-las bem junto ao corpo assumindo uma forma bastante aerodinâmica (como o pica-pau-do-campo) ou mantê-las abertas (como o pombão).
3) Vôo planado: As aves que precisam ganhar grandes altitudes gastariam muita energia se tiverem que bater as asas constantemente, especialmente, se são pesadas como o urubú-de-cabeça-preta ou a fragata. Há dois tipos de vôo planado:
a) Vôo planado térmico praticado por aves grandes e que vivem nos continentes. Elas usam as correntes térmicas ascendentes para subirem, deixando as asas abertas e fazendo manobras para não saírem da bolha de ar quente. Você já deve ter visto bandos de urubus-de-cabeça-preta voando em círculos e ganhando altitude. Repare como as suas asas são grandes e bem largas.
b) Vôo planado dinâmico: praticado pelas aves marinhas (como a gaivota) que tem asas bem longas e estreitas. No mar as correntes de vento (setas) são desviadas pelas ondas, para cima. Então elas aproveitam essas correntes para subirem e descerem.
Ficar parado no ar pode ser conseguido de duas maneiras diferentes: batendo muito rapidamente as asas como os beija-flores ou aproveitar a corrente de vento ficando de asas abertas como o kestrel. O beija-flor paira no ar para lamber o néctar das flores e o kestrel fica à procura de uma presa que anda no solo.
Que tal simular uma asa de avião com esta experiência bacana?
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